quarta-feira, 2 de janeiro de 2008

Salvaterra

Salvaterra do Extremo


A Salvaterra do Extremo - outrora designada por Salvaterra (até 1310) e depois por Salvaterra da Beira (até 1578) - concedeu D. Sancho II o primeiro foral em 2 de Maio de 1229, que foi renovado por D. Manuel I em 1 de Junho de 1510.
No reinado de D. Dinis deu-se início à construção do castelo, que foi mandado restaurar por D. Afonso III, uma vez que se encontrava bem posicionado para fazer frente às hostes inimigas. Entre 1846 e 1860 os habitantes de Salvaterra do Extremo procederam à demolição gradual do castelo com o intuito de usarem as suas pedras na construção de habitações particulares, pelo que actualmente apenas existe uma torre em estado de degradação mais ou menos avançado.


A sua localização estratégica no cimo de um monte escarpado de constituição granítica confere-lhe uma magnífica vista panorâmica, podendo daí observar-se o rio Erges no seu sopé, no lado nascente o que resta do belo castelo medieval de Peñafiel (em tempos foi português, mas aquando da definição das fronteiras passou para a administração espanhola), bem como toda a região envolvente. Em dias de boa visibilidade é possível vislumbrar a Sul o povoado espanhol de Alcántara, a Norte a serra do Ramiro, a Nordeste a serra da Gata (Espanha) e a Noroeste as serras da Estrela e Gardunha.
Segundo relatos orais o exército francês comandado por Junot entrou em Salvaterra do Extremo em Novembro de 1807.
São ainda dignos de admiração os caminhos marginados por muros de pedra que dividem as propriedades, as casas de granito e as pocilgas de forma cilíndrica, também de constituição granítica.
À entrada da povoação, do lado direito, encontra-se uma bela casa de 1883, onde nasceu o actor Raul de Carvalho.


Igreja Matriz
Embora o ano da sua construção seja uma incógnita, sabe-se que a reconstrução e ampliação remonta ao Séc. XVI. Foi nessa época que D. Manuel I ordenou a edificação de uma torre sineira com um belo campanário.
É de salientar, no seu interior, a presença de diversas imagens, nomeadamente de Nossa Senhora da Conceição (padroeira da Igreja), originárias de épocas distintas, cujo interesse artístico é de relevar. Também não podemos ficar indiferentes à bela talha dourada na capela-mor.


Outros monumentos religiosos
Nas imediações da Igreja Matriz encontra-se a capela da Misericórdia, monumento também de constituição granítica.
Presentemente ainda existem as capelas de Santa Luzia, Santo António e Nossa Senhora da Consolação, ao contrário das capelas de S. João, S. Pedro e S. Domingos sobre as quais apenas se conhecem relatos escritos e orais.


Pelourinho
O pelourinho, sito no Largo da Praça, e onde outrora se fazia justiça, é formado por uma coluna de pedra oitavada com três metros de altura, assente numa plataforma quadrada de três degraus. O capitel, que termina numa pirâmide truncada, é arnado de botões e flores e neles se inscrevem um escudo com a esfera armilar, a cruz de Cristo e as armas reais.
Bem próximo do pelourinho encontra-se um edifício em granito, com uma bela torre com relógio, que foi a casa da Câmara até 1855, sendo actualmente a sede da Junta de Freguesia local.

Fonte: "Guia de Percursos do Tejo Internacional"

3 comentários:

SF disse...

Não te sabia uma gaja dada à História... :P

Elisabete Ferreira disse...

É...habitualmente sou mais dada a ...estórias!

SF disse...

Tu és mais filmes... lol